OBESIDADE

Obesidade – 2ª parte
Inicialmente e em muitos casos, a obesidade pode ser assintomática, ou seja, a pessoa pode não ter nenhuma queixa, inclusive se sentir bem com o seu corpo, porém em algum momento ela vai apresentar algumas das queixas mais comuns nesta doença.
Começamos pelas dores em joelhos e região lombar, isto é, pelas osteoartroses. É óbvio que com o excesso de peso sobre os joelhos e coluna em algum momento este paciente vai se queixar de dores crescentes.
O edema, ou seja, a inchações de membros inferiores também ocorrem com muita facilidade.
Em algum momento o indivíduo vai notar a dificuldade e depois a incapacidade para executar alguns movimentos, essa limitação é cada vez maior com o aumento do IMC.
É nítido observar a sudorese e a dispneia de esforço nesses pacientes, ou seja, a pessoa respira com dificuldade quando faz algum esforço físico.
Invariavelmente com o aumento do IMC, essa pessoa pode desenvolver uma hipertensão arterial, ou seja, um aumento substancial da pressão e, em alguns casos, também ocorre a taquicardia.
Psicologicamente esse indivíduo pode ser afetado, principalmente com a insatisfação da imagem corporal, chegando rapidamente a uma depressão. Sabemos que o mundo de hoje apresenta um padrão físico e quando alguém não se encaixa nesse padrão, essa pessoa pode ser ridicularizada ou mesmo ser vítima de preconceitos e discriminação sociocultural.
A diabete é companheira da obesidade, assim como a dislipidemia, ou seja, esse paciente pode ter dificuldade de absorção da glicose nas células e alterações importantes no colesterol e triglicerídeos.
Todos sabem o que fazer para perder peso ou deixar de ganhar, no entanto é prudente falarmos sobre o assunto para que o leitor entenda as opções que surgem.
O melhor e mais natural tratamento é a mudança de estilo de vida, os hábitos diários devem ser mudados definitivamente. A dieta hipocalórica deve ser incorporada. Tudo aquilo que apresenta muita caloria deve ser evitado ou consumido em pequenas quantidades. Açúcares, massas e gordura animal devem ser abolidos do dia a dia. A atividade física, desde que não haja alguma contraindicação, deve ser estimulada e executada diariamente.
O tratamento farmacológico só deve ser usado em caso específico e definido pelo médico. Atualmente muitas pessoas estão recorrendo às cirurgias bariátricas (redução de estômago) como sendo o milagre da vida, porém há de se considerar que existe o risco de morte durante o procedimento e o mais importante, a grande recidiva do ganho de peso. Uma porcentagem razoável de obesos que fazem a cirurgia bariátrica volta a engordar, isso significa que a mudança de hábitos é fundamental, não só para se evitar a cirurgia, mas também, após o processo cirúrgico.
Concluindo, deve-se observar dentro de casa uma dieta sadia e controlada para que as crianças não venham a ser um paciente obeso. A mudança de hábito é de suma importância para aqueles que querem perder peso, deve-se criar uma dieta hipocalórica, diminuindo o consumo de alimentos ricos em carboidratos, gorduras e açúcares, preferir legumes, verduras e frutas. Não caia na armadilha das dietas agressivas de curta duração, pois são ineficazes e enganosas, sendo prejudiciais à saúde.
Deixo aqui uma dica de mudança de hábito alimentar:
1 – Diminuir tamanho do prato e do copo.
2 – Deixar a comida longe da mesa.
3 – Ter local específico para comer.
4 – Mastigar, mastigar e mastigar.
5 – Beber água alguns minutos antes das refeições e só tornar a beber líquidas uma hora e meia após.
6 – Pesar uma vez por mês sempre na mesma balança.
7 – Se houver possibilidade, é melhor o tratamento com acompanhamento multidisciplinar: Grupo de controle com nutricionista e psicólogo.
Obesidade é um dos temas que mais palestras eu fiz em ações sociais, pois é sempre desejado que se fale algo que vá mudar a vida dos portadores dessa doença. Sempre digo nas palestras: Não há milagres, tratamento para obesidade é mudança de hábitos alimentares.
Obesidade – 1ª parte

Obesidade é o acúmulo excessivo de gordura no corpo consequente de um desequilíbrio entre o aporte energético e o gasto metabólico, sendo considerada uma doença crônica de etiologia multifatorial, ou seja, provocado por vários fatores e que acompanha o aumento do risco de mortalidade e morbidade.

Deve-se quantificar essa doença a fim de se pode acompanhar o seu desenvolvimento e o melhor método é o Índice de Massa Corporal, o IMC. Para se chegar a este índice, basta pegar o seu peso e dividir por sua altura elevada ao quadrado. O número que surge é o IMC e com ele avalia-se o grau de obesidade. IMC até 20 diz-se que a pessoa é magra. IMC entre 20 e 25 considera-se a pessoa com o peso ideal. Entre 25 e 30 a pessoa já está com sobre peso e acima de 30 chamamos de paciente obeso.

É importante lembrar que a obesidade é um processo lento, ninguém engorda de um dia para o outro, sendo assim, vamos chegar à conclusão que ganhar peso é uma doença crônica.

O principal mecanismo que atua nesta doença é o desequilíbrio entre aquilo que se consome como, gorduras, carboidratos, açúcares e proteínas, e a queima de calorias. Esse desequilíbrio é interpretado como metabolismo. Quando se tem um metabolismo normal, a culpa do ganho de peso está ora no consumo dos alimentos, ora na perda de calorias. Com o metabolismo alterado, no caso de estar lento, pode se considerar alguma doença de base, como o hipotiroidismo. Geralmente a obesidade tem um metabolismo normal e a culpa é tão somente pelo excesso da ingesta alimentar, ou seja, comer muito e sem limites.

Como a obesidade é considerada de etiologia multifatorial, podemos relacionar alguns fatores que podem se associar e provocar esse desequilíbrio no metabolismo. Fatores genéticos podem ter uma grande influência na vida de uma pessoa, não só pelos antecedentes terem uma facilidade em ganhar peso, como também na rotina do dia a dia de um hábito alimentar.

A ingestão excessiva de alimentos é um dos principais fatores dessa doença, sendo assim seria a principal forma de evitar o processo de ganho de peso.

O sedentarismo conta como um aliado importante na economia do consumo de calorias e um dos fatores que prevalecem a partir de certa idade.

As doenças endócrinas também podem ser responsáveis pelo ganho de peso, porém na prática são raros os casos que tem sua origem numa disfunção hormonal.

Alguns casos estão relacionados ao uso de medicamento, como o uso abusivo de corticoides, levando a obesidade a ser um sinal de uma síndrome.

 Mostramos a seguir que a obesidade, muitas das vezes tem uma origem ainda quando criança. Pesquisas mostram que uma criança normal tem 7% de chance de ser obesa quando adulta, porém esta porcentagem sobe para 14% quando a criança é obesa. Se alguém é obeso aos 12 anos de idade, ela tem 75% de chance de ser obesa quando adulta. E como muito se nota no dia a dia, um adolescente obeso tem 96% de probabilidade de ser um adulto obeso.

Continua com a 2ª parte – sequelas e tratamentos


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Francisco de Assis D. Maél
Médico & Escritor
Tel: (32) 991 666 495
Outras obras do autor:
Compra-se vida – Ficção religiosa
Fragmentos de uma vida – Autobiografia
Áxis a síndrome sagrada – Ficção Científica
Missionários da saúde em ação – Orientação à saúde
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