Inicialmente e em
muitos casos, a obesidade pode ser assintomática, ou seja, a pessoa
pode não ter nenhuma queixa, inclusive se sentir bem com o seu
corpo, porém em algum momento ela vai apresentar algumas das queixas
mais comuns nesta doença.
Começamos pelas
dores em joelhos e região lombar, isto é, pelas osteoartroses. É
óbvio que com o excesso de peso sobre os joelhos e coluna em algum
momento este paciente vai se queixar de dores crescentes.
O edema, ou seja, a
inchações de membros inferiores também ocorrem com muita
facilidade.
Em algum momento o
indivíduo vai notar a dificuldade e depois a incapacidade para
executar alguns movimentos, essa limitação é cada vez maior com o
aumento do IMC.
É nítido observar
a sudorese e a dispneia de esforço nesses pacientes, ou seja, a
pessoa respira com dificuldade quando faz algum esforço físico.
Invariavelmente com
o aumento do IMC, essa pessoa pode desenvolver uma hipertensão
arterial, ou seja, um aumento substancial da pressão e, em alguns
casos, também ocorre a taquicardia.
Psicologicamente
esse indivíduo pode ser afetado, principalmente com a insatisfação
da imagem corporal, chegando rapidamente a uma depressão. Sabemos
que o mundo de hoje apresenta um padrão físico e quando alguém não
se encaixa nesse padrão, essa pessoa pode ser ridicularizada ou
mesmo ser vítima de preconceitos e discriminação sociocultural.
A diabete é
companheira da obesidade, assim como a dislipidemia, ou seja, esse
paciente pode ter dificuldade de absorção da glicose nas células e
alterações importantes no colesterol e triglicerídeos.
Todos sabem o que
fazer para perder peso ou deixar de ganhar, no entanto é prudente
falarmos sobre o assunto para que o leitor entenda as opções que
surgem.
O melhor e mais
natural tratamento é a mudança de estilo de vida, os hábitos
diários devem ser mudados definitivamente. A dieta hipocalórica
deve ser incorporada. Tudo aquilo que apresenta muita caloria deve
ser evitado ou consumido em pequenas quantidades. Açúcares, massas
e gordura animal devem ser abolidos do dia a dia. A atividade física,
desde que não haja alguma contraindicação, deve ser estimulada e
executada diariamente.
O tratamento
farmacológico só deve ser usado em caso específico e definido pelo
médico. Atualmente muitas pessoas estão recorrendo às cirurgias
bariátricas (redução de estômago) como sendo o milagre da vida,
porém há de se considerar que existe o risco de morte durante o
procedimento e o mais importante, a grande recidiva do ganho de peso.
Uma porcentagem razoável de obesos que fazem a cirurgia bariátrica
volta a engordar, isso significa que a mudança de hábitos é
fundamental, não só para se evitar a cirurgia, mas também, após o
processo cirúrgico.
Concluindo, deve-se
observar dentro de casa uma dieta sadia e controlada para que as
crianças não venham a ser um paciente obeso. A mudança de hábito
é de suma importância para aqueles que querem perder peso, deve-se
criar uma dieta hipocalórica, diminuindo o consumo de alimentos
ricos em carboidratos, gorduras e açúcares, preferir legumes,
verduras e frutas. Não caia na armadilha das dietas agressivas de
curta duração, pois são ineficazes e enganosas, sendo prejudiciais
à saúde.
Deixo aqui uma dica
de mudança de hábito alimentar:
1
– Diminuir tamanho do prato e do copo.
2
– Deixar a comida longe da mesa.
3
– Ter local específico para comer.
4
– Mastigar, mastigar e mastigar.
5
– Beber água alguns minutos antes das refeições e só tornar a
beber líquidas uma hora e meia após.
6
– Pesar uma vez por mês sempre na mesma balança.
7
– Se houver possibilidade, é
melhor
o tratamento com acompanhamento multidisciplinar: Grupo de controle
com nutricionista e psicólogo.
Obesidade é um dos
temas que mais palestras eu fiz em ações sociais, pois é sempre
desejado que se fale algo que vá mudar a vida dos portadores dessa
doença. Sempre digo nas palestras: Não há milagres, tratamento
para obesidade é mudança de hábitos alimentares.
Obesidade – 1ª parte
Obesidade é o acúmulo excessivo de gordura no corpo consequente de
um desequilíbrio entre o aporte energético e o gasto metabólico, sendo
considerada uma doença crônica de etiologia multifatorial, ou seja, provocado
por vários fatores e que acompanha o aumento do risco de mortalidade e
morbidade.
Deve-se quantificar essa doença a fim de se pode acompanhar
o seu desenvolvimento e o melhor método é o Índice de Massa Corporal, o IMC.
Para se chegar a este índice, basta pegar o seu peso e dividir por sua altura
elevada ao quadrado. O número que surge é o IMC e com ele avalia-se o grau de
obesidade. IMC até 20 diz-se que a pessoa é magra. IMC entre 20 e 25
considera-se a pessoa com o peso ideal. Entre 25 e 30 a pessoa já está com sobre
peso e acima de 30 chamamos de paciente obeso.
É importante lembrar que a obesidade é um processo lento,
ninguém engorda de um dia para o outro, sendo assim, vamos chegar à conclusão
que ganhar peso é uma doença crônica.
O principal mecanismo que atua nesta doença é o
desequilíbrio entre aquilo que se consome como, gorduras, carboidratos,
açúcares e proteínas, e a queima de calorias. Esse desequilíbrio é interpretado
como metabolismo. Quando se tem um metabolismo normal, a culpa do ganho de peso
está ora no consumo dos alimentos, ora na perda de calorias. Com o metabolismo
alterado, no caso de estar lento, pode se considerar alguma doença de base,
como o hipotiroidismo. Geralmente a obesidade tem um metabolismo normal e a
culpa é tão somente pelo excesso da ingesta alimentar, ou seja, comer muito e
sem limites.
Como a obesidade é considerada de etiologia multifatorial,
podemos relacionar alguns fatores que podem se associar e provocar esse
desequilíbrio no metabolismo. Fatores genéticos podem ter uma grande influência
na vida de uma pessoa, não só pelos antecedentes terem uma facilidade em ganhar
peso, como também na rotina do dia a dia de um hábito alimentar.
A ingestão excessiva de alimentos é um dos principais
fatores dessa doença, sendo assim seria a principal forma de evitar o processo
de ganho de peso.
O sedentarismo conta como um aliado importante na economia
do consumo de calorias e um dos fatores que prevalecem a partir de certa idade.
As doenças endócrinas também podem ser responsáveis pelo
ganho de peso, porém na prática são raros os casos que tem sua origem numa
disfunção hormonal.
Alguns casos estão relacionados ao uso de medicamento, como
o uso abusivo de corticoides, levando a obesidade a ser um sinal de uma
síndrome.
Mostramos a seguir
que a obesidade, muitas das vezes tem uma origem ainda quando criança.
Pesquisas mostram que uma criança normal tem 7% de chance de ser obesa quando
adulta, porém esta porcentagem sobe para 14% quando a criança é obesa. Se
alguém é obeso aos 12 anos de idade, ela tem 75% de chance de ser obesa quando
adulta. E como muito se nota no dia a dia, um adolescente obeso tem 96% de
probabilidade de ser um adulto obeso.
Continua com a 2ª parte – sequelas e tratamentos
Este capítulo faz parte
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Francisco de Assis D. Maél
Médico & Escritor
E mail: franciscomael@yahoo.com.br
Tel: (32) 991 666 495
Outras obras do autor:
Compra-se vida –
Ficção religiosa
Fragmentos de uma
vida – Autobiografia
Áxis a síndrome
sagrada – Ficção Científica
Missionários da saúde
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