NUM PISCAR DE OLHOS

 Fique a vontade para ler a sinopse e o 1º capítulo desta obras de Francisco Maél, se quiser fazer contato com o autor sobre os livros.
E-mail: Franciscomael@yahoo.com.br
 
Num piscar de olhos”é a história de um roubo perfeito que começa com um tesouro amaldiçoado passando de geração a geração causando a morte de quem o possuir.
Mariel Still, um cadeirante, é assassinado após saber que ganhou o prêmio da mega sena e só há uma testemunha ocular de sua morte, mas que não pode falar.
Um roubo perfeito não deixa pistas e confunde a polícia, punindo o culpado do assassinato de Mariel. Você é um bom detetive? Então descubra quem é o verdadeiro ladrão.

1ºCAPÍTULO
 
Dona Matilda era uma senhora de uns setenta e poucos anos de idade e já há alguns deles estava naquela cadeira de rodas. Nos tempos de saúde, era uma mulher faladeira e adorava uma fofoca. Seu passatempo predileto era ficar na janela tomando conta da vida dos outros. Agora estava ali na varanda sem poder se mexer até que alguém a levasse para dentro.
Emerson era filho da dona Matilda. Com seus mais de quarenta anos, trabalhava incansavelmente como contador num escritório para manter a casa e as necessidades da mãe. Durante o dia uma enfermeira cuidava dela e a deixava na varanda. Quando Emerson chegava das suas atividades, ele levava a mãe para dentro e a preparava para dormir. Tomar conta da vida dos outros ainda era o passa tempo preferido da senhora na cadeira de rodas.
Já era noitinha e dona Matilda ainda se encontrava na varanda de sua casa que neste momento estava escura. Emerson tinha se atrasado para chegar em casa devido às manifestações públicas que estavam ocorrendo no centro da cidade do Rio de Janeiro. Um homem alto subiu pela rampa da casa da frente. As luzes já estavam acesas e como era de praxe, o vizinho cadeirante já estava bêbado. Ela viu o homem alto cumprimentá-lo e este lhe passou algo que ele olhou por algum tempo. Alguns minutos depois o cadeirante pareceu irritado e o homem alto olhou em volta para se certificar que ninguém estava vendo. Dona Matilda estava na varanda, mas como a sua casa estava às escuras não pôde ser vista. Com um movimento brusco o homem empurrou a cadeira com o deficiente físico bêbado pela escada que descia num ângulo íngreme. Com uma garrafa de bebida alcoólica em uma das mãos, O paraplégico foi projetado da cadeira de rodas já no primeiro degrau de descida. Por alguns segundos ele rolou por escada abaixo, só parando quando chegou ao nível da rua. O homem alto se afastou da escada e saiu furtivamente pela rampa em que ele tinha chegado um pouco antes. Piscar era tudo que D. Matilda podia fazer.
Chegando cansado do trabalho e estressado devido ter passado muito tempo num engarrafamento de trânsito, Emerson, filho de dona Matilda, parou o carro em frente de sua casa para abrir a garagem. Ao sair do veículo viu o corpo do vizinho estatelado no chão e a cadeira de rodas virada do lado dele. Aproximou-se nervoso e viu que o homem ainda estava vivo. Imediatamente pegou seu celular e com as mãos trêmulas acionou uma ambulância de resgate. Ninguém passava na rua naquele momento e Emerson pensou por quanto tempo aquele infeliz estava caído ali. Em pouco tempo a equipe de socorro chegava ao local.
- O que houve? Perguntou um homem de cabelos brancos que parecia ser o médico da equipe.
- Não sei exatamente. Ele é meu vizinho, apontou Emerson para o cadeirante no chão.
- Quando isso ocorreu?
- Não sei, quando estacionei para abrir minha garagem ele já estava aí. Eu moro nesta casa de frente.
- Muito bem. Você mexeu no corpo dele? Perguntou o homem fazendo uma avaliação do quadro da vítima.
- Não, como não sabia o que tinha acontecido, achei melhor não tentar movê-lo.
- Fez bem, parece que ele caiu da escada. Está com cheiro de bebida alcoólica.
- Ele é uma boa pessoa, mas bebe diariamente desde que ficou paraplégico.
A equipe trabalhou rápida e em poucos minutos a vítima já estava sendo colocada na ambulância que a levaria para um hospital de emergência.
- Obrigado senhor, Disse o médico para o contador Emerson que aguardava o desfecho do atendimento, se puder faça contato com a família dele e diga que o estamos levando para o hospital Souza Aguiar.
Emerson acenou afirmativamente com a cabeça e assim que a ambulância saiu em disparada, ele abriu o portão de sua garagem e botou o carro para dentro. Encontrou a mãe na varanda e a conduziu silenciosamente para dentro. Sentou-se na poltrona da sala e procurou na agenda o telefone de Marlon, filho da vítima.
- Alô? Marlon? Aqui é Emerson seu vizinho de frente.
- Fala Seu Emerson, algum problema? Surpreendeu-se o rapaz com a ligação, pois mesmo sendo vizinhos quase nunca se falavam.
- Houve um acidente com seu pai. Quando cheguei em casa ele estava caído no pé da escada.
- Meu pai? Quando foi isso?
- Faz uns dez a quinze minutos. Chamei o resgate e eles pediram para avisar que ele seria levado para o Hospital Souza Aguiar.
- Como ele estava? Angustiou-se o rapaz.
- Nada bem, parece que ele perdeu o equilíbrio e caiu lá de cima da escada. Tinha cheiro de bebida.
- Muito obrigado por ter ligado, já estou indo para o hospital.

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