3º Capítulo – O pai e o bebê
Assim que seu bebê nascer é importante estar presente na maternidade para
dar segurança a sua esposa e evitar as crendices que a maioria das avós e
parentes falam no momento em que a mãe está sensível. Todos têm que entender que aquele pequeno ser
estava num local estéreo, silencioso e temperatura agradável. Um quarto de
hospital, as vezes com má circulação de ar, não deve comportar muita gente. A
temperatura alterada e o barulho não são bons nem para a criança e nem para a
mamãe. Tente administrar a presença de parentes neste ambiente. Peça que as
pessoas deixem para fazer a visita depois de alguns dias e quando a família já
estiver em casa. Nada de ficar pegando a criança no colo e dando beijinhos nas
mãos e no rosto. A criança precisa entrar em contato com os micro-organismos
externos, porém isso se deve dar lentamente, no dia a dia da criança.
Ainda me lembro de uma mãe que teve um parto difícil, perdeu muito sangue
e apresentava uma anemia que era vista em sua face. Assim que a mãe de primeira
viajem chegou ao quarto, inúmeros familiares lotaram o ambiente para se
congratular com a nova mãe e o novo membro da família. A criança passava de mão
em mão, como se fosse um prêmio a ser tocado. Não havia nenhuma consideração
com a mãe, que tinha se tornado uma paciente que precisava de repouso absoluto.
No meu caso, eu fui muito rígido com as futuras visitas. Como minha filha
precisava ser avaliada com frequência, só permiti que a avó fosse na visita e
que todos poderiam ver a criança quando chegássemos em casa. Logicamente não
fui bem entendido pelos possíveis visitantes, porém resguardei minha esposa e
minha filha num momento de repouso.
Os primeiros dias do bebê em casa costuma ser um dos mais esgotantes para
os pais, pois a falta de experiência e o medo de algo sair errado é enorme.
Você acorda várias vezes a noite, se é que dorme, e fica olhando aquela pequena
criatura indefesa. Por vezes você se pega verificando se ela está respirando.
Ajudar a mãe para que ela tenha tranquilidade para amamentar o bebê é
muito importante. Mamãe precisa dormir para se recompor e nestes momentos você
deve ficar de plantão para que ela tenha confiança e realmente descanse.
Ter conhecimento sobre os exames iniciais que já existem ajudam a ter
ciência da necessidade e da prevenção que eles podem trazer para seu filho. As
vacinas também fazem parte do calendário de preocupação que os pais devem ter.
A maioria destas vacinas são fornecidas gratuitamente pelo poder público, porém
algumas fazem parte da prevenção, mas devem ser adquiridas em clínicas
particulares. Fique de olho e converse com o pediatra da criança.
Por falar em pediatra, no primeiro ano de vida do bebê, ele deve fazer
acompanhamento mensal com o especialista, a fim de controlar algumas medidas
que são importantes para a saúde da criança. Após um ano de idade, esta visita
pode ser menos frequente, chegando a uma vez por ano.
Para você se manter como um bom pai, evite alguns hábitos na presença da
criança. Fumar é algo inaceitável nos tempos de hoje. Todos nós sabemos do
malefício da fumaça do cigarro. O chamado fumante passivo não pode e nem deve
ser o seu filho.
Leia tudo sobre amamentação e converse com a sua esposa, explique a ela a
necessidade e os benefícios de amamentar o seu filho, pelo menos até os seis
meses de idade. Raramente ocorre o tal “leite fraco”, como a lactante se refere
ao choro da criança após a amamentação. Por várias vezes como médico eu vi mães
usarem esta desculpa para não amamentarem ou serem influenciadas por terceiros
a usarem mamadeiras com outro tipo de leite para silenciarem o lactente. O ato
de amamentar sendo feito de uma forma errada, pode ocasionar a não saciedade do
bebê. Como na maioria dos casos, a mãe não esgota totalmente o peito e
imediatamente troca para o outro. Há de se saber que a parte do leite materno
que sustenta o bebê é justamente o final do leite em cada mama, a composição
final contém as substâncias que vão satisfazer e fazer o bebê engordar. A parte
inicial da amamentação contem muito liquido e tem como finalidade matar a sede
da criança. Concluindo, esgote completamente o peito antes de passar para o
outro.
Ainda referente a amamentação, após algum período não há necessidade da
amamentação noturna. Aí é que surge a presença do pai no processo. Passamos por
isso e executamos fielmente o que nos foi orientado. Por três noites seguidas
eu dormi ao lado do bebê e sem a presença da mãe. Quando minha filha acordava
para mamar, eu a acalentava e lhe dava água. Isso ocorreu por três noites e ela
não mais acordou neste horário para mamar.
O contato físico com o bebê é essencial, não só para ele, mas para você
também. Ele é seu filho, sangue de seu sangue. Mostre a ele o carinho que você
sente, pegue-o no colo, mesmo que desajeitado.
2º Capítulo
O pai no pré-natal
O futuro pai deve ficar atento e se mostrar interessado em participar da
gestação em curso, mesmo não sendo ele que terá náuseas, desejos e desconforto
em algumas posições. Nunca deixe a gravidez correr solta, acompanhe a mulher
nas consultas pré-natais, observe a alimentação ou qualquer outra coisa que
possa interferir de uma forma ou de outra no desenvolvimento do futuro bebê. A
responsabilidade de uma gravidez sadia é também do futuro pai.
Aconselho que se busque informações especializadas sobre a gravidez, parto
e tudo que se envolva neste período até o nascimento da criança. Também ler
livros de autores reconhecidos na pediatria e que possam evitar que você venha
a aprender com seus erros.
Quando minha esposa estava grávida pela primeira vez, comprei um livro no
sebo de um autor muito bem conceituado, chamado Rinaldo de Lamare. Parecia
frescura minha, mas depois descobri que foi a coisa mais inteligente que fiz
naquela época. Eu ainda não era médico e não tinha nenhuma ligação ou
conhecimento com esta área, pois naquele momento eu trabalhava com telefonia.
Sempre tive em minha mente a necessidade de saber onde estava pisando e a
futura paternidade me causava medo. Eu tinha medo de não ser um bom pai, de não
saber criar ou lidar com um ser totalmente dependente.
Comprei o livro chamado
“a vida do bebê”, pois nessa época eu ainda não era médico. Li também tudo que pude sobre gravidez, parto e afins. Foi
devido ter buscado informações que eu questionei o médico que fazia o nosso
pré-natal, pois eu fui a todas as consultas junto com a minha esposa. O jovem
médico queria que nós retornássemos depois de 7 dias para uma nova consulta.
Ponderei dizendo que por todas as contas que tínhamos feito, a gestação já
estava no limite previsto para uma gravidez normal. O médico insistiu para que
só retornássemos na próxima semana, porém como eu tinha certeza das datas e
sabia das consequências de uma gravidez além do tempo normal, também fui
enfático na minha posição e pedi que ele desse essa ordem por escrito, pois só
assim eu teria como provar que não tinha sido negligência nossa, caso algo
saísse errado. O jovem médico recuou de sua posição e resolveu buscar ajuda com
outros colegas de profissão com mais experiência que ele. Após inúmeros exames
físicos, toques e perguntas, o mais experientes deles decidiu que deveria ser
feito uma ultrassonografia. Obediente a uma posição coerente, segui com minha
esposa para a sala de exames. Após alguns minutos fomos chamados para uma nova
consulta e veio a decisão final: retornar no dia seguinte pela manhã,
devidamente preparada para uma cirurgia de cesariana, pois tudo indicava que o
prazo de gestação normal já estava no fim.
Resumindo, quando minha filha nasceu já havia mecônio no interior do saco
gestacional, ou seja, o bebê já tinha feito cocô ainda na barriga e isto
poderia levar a infecção. Por três dias minha filha teve de ficar no hospital,
fazendo exames de sangue diariamente para buscar uma possível infecção. Graças
a Deus tudo correu bem e ela não sofreu nenhuma sequela daquela que poderia ter
sido uma catástrofe ou apenas negligência médica.
Acredito que minha busca por informações, presença ativa nas consultas e
não deixar que a sorte conduzisse a nossa vida, tenha evitado um mal maior.
As crendices sempre cercam uma gestante. A história do desejo que muitas
gestantes sentem, raramente faz sentido. Pode sim ocorrer alguma carência
vitamínica ou algo parecido, mas isso não é a regra. Existem casos provados de
carência na gestação, como da gestante que come tijolo. Parece absurdo, mas
isso ocorreu e ocorre. A falta de alguns minerais levam a gestante ao real
desejo de ingerir algo que tenha a substância em falta no organismo.
Outro exemplo de crendice na gravidez ocorreu comigo e minha esposa.
Estávamos no elevador e uma senhora vizinha ou ver minha esposa grávida, foi
logo falando:
- Parabéns! Você está grávida de um menino.
- Como a senhora sabe que é menino, falou minha esposa inocentemente.
- Pela forma da sua barriga, disse a bondosa senhora.
- Como assim pela forma?
- É que barriga pontuda, como a sua, indica que o bebê é um menino.
Eu cá comigo pensei: fazer ultrossonografia para quê? É só olhar para a
barriga. Logicamente quando se opina sobre o sexo de um bebê ainda no ventre,
se tem cinquenta por cento de chance de acertar, porém aquela velha senhora
errou, pois ao nascer era uma bela menina.
1º Capítulo
Quando
é que se deve agir e se preocupar como um bom pai?
A
partir do momento em que se decidiu ter um filho, ou mesmo se soube
da gravidez, é importante que qualquer homem venha a obter
informações sobre o que ele poderá vir a enfrentar. Não devemos
nos deixar levar pelo instinto, pois somos seres inteligentes e
podemos muito bem evitar situações ou problemas que poderão surgir
usando a experiência de pessoas que estudaram o assunto. Livros e
profissionais da área são uma excelente fonte de informações para
aquele pai que quer cumprir o seu papel da melhor forma possível.
Eu
tenho a concepção de que para cada fase da vida da gente, deveria
haver um tipo de curso, instrução ou formação. Para mim deveria
existir um curso de formação de pais. E pensando ainda melhor, esse
curso deveria existir em várias fases, como a preparação para o
nascimento de um filho; como criar um bebê; como conduzir uma
criança; como entender o adolescente.
A
maioria dos pais cria os filhos seguindo a experiência que teve
quando criança e se baseando na educação que os pais lhe deram.
Querendo ou não, há sempre os palpiteiros de plantão, como os
sogros, os tios, os amigos e até desconhecidos que encontramos na
sala de espera de uma consulta. Entretanto oriento aos leitores que
existem literaturas específicas sobre as crianças e eu trago neste
livro algumas dicas do se deve fazer para ser um bom pai.
É
de suma importância que o interessado em ser um bom pai, entenda as
várias fases dos filhos. Como diz o ditado “os dedos da mão não
são iguais”. Não queira e nem tente criar seus filhos como se
eles fossem iguais. Respeite o sexo, a idade, a personalidade e o
mais importante, o que ele pensa.
Espero
mostrar neste livro, exemplos de episódios que ocorreram ou que
podem ocorrer com uma família. Talvez você não concorde com o
procedimento, porém não descarte a possibilidade de usá-lo quando
precisar.
Continua com a 2ª parte – O pai no pré-natal
Francisco
de Assis D. Maél
Médico
& Escritor
E mail:
franciscomael@yahoo.com.br
Outras
obras do autor:
Compra-se
vida – Ficção religiosa
Fragmentos
de uma vida – Autobiografia
Áxis a
síndrome sagrada – Ficção Científica
Missionários
da saúde em ação – Orientação à saúde
MANA-YAM e
a árvore de amigos - Infantil
Historinhas
que ninguém lê - Contos
O dia da
minha morte – Romance
Num piscar
de olhos – Romance
Dívidas
de gratidão – Romance
Senhor X –
Romance
Um comentário:
Francisco, parabens pelo Post como Pai de 3 filhos sei que todas estas dicas são mais do que verdadeiras, principalmente evitar o Estress sob a mãe e o bebê...
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