BATMAM
Esta história
eu ouvi alguém contar, acho que estava no trem indo para Japeri as seis horas
da tarde de uma sexta-feira. Enquanto muitos se apertavam no vagão, uma senhora
de uns quarenta anos contava sua vida para uma outra que parecia ter um sorriso
colado no rosto.
- Pois é, eu
fui convidada para participar de uma pesquisa que o meu psicoterapeuta sexual
estava fazendo.
- Terapeuta?
Chique.
- É para você
ver que pobre também pode ter um terapeuta, nem que seja para servir de
experiência. Voltando a história, ele disse que precisava de três mulheres. Uma
delas teria que ter namorado, a outra deveria ter uma amante e a terceira, o
meu caso, ser casada.
- Puxa vida,
bem que eu gostaria de participar dessa pesquisa.
- Mas eu já
entrei como casada.
- Eu entraria
como a que tem amante.
- O que, você
tem amante?
- Podemos
dizer que sim, o Arnaldo me encontra de vez em quando num motel.
- Mas Arnaldo
não é o seu marido?
- É, mas a
gente está separado.
- Entendi!
Deixa eu continuar a história. O terapeuta deu a cada uma alguns apetrechos
para serem usados na pesquisa.
- E como era
essa pesquisa?
- A mulher
tinha de deixar a sala na penumbra e acender uma vela vermelha. Colocar uma
meia calça preta com liga, porta-seios preto e uma máscara preta que cobria a
parte de cima do rosto.
- Tudo preto?
- É! E para
completar, uma capa preta e um chicote.
- Capa preta?
- Pois é! Para
ficar bem instigante.
- E qual foi o
resultado da pesquisa?
- Bem, a
mulher que tinha um namorado disse que o chamou para ir em sua casa. Quando ele
lá chegou, a porta estava aberta. Ele entrou e se surpreendeu com o clima.
Repentinamente ela apareceu na porta da sala numa pose super sex.
- E daí?
- Daí, o
namorado partiu para cima dela todo excitado e ali mesmo eles concretizaram a
pesquisa. Rolaram por cima da vela e tudo mais.
- Caramba!
Deve ter sido maravilhoso.
- O terapeuta
ficou maravilhado com o resultado e parece até que teve uma ereção enquanto a
mulher descrevia a cena.
- E depois?
- Foi então a
vez da mulher com amante contar o seu resultado. Ela disse que Marcou com ele
na casa de uma amiga. Fez tudo como planejado, acendeu a vela e deixou a porta
aberta, assim que ele entrou, ela apareceu na porta do quarto travestida com
todos os apetrechos. Segundo ela, ele ficou petrificado, depois babava que nem
uma vaca. Quando se recuperou da surpresa, segurou na mão dela, depois a pegou
no colo e disse:
“Vamos minha
mulher gato, quero ver se você tem sete vidas”. Depois a jogo na cama e miaram
por toda a noite.
- Gente, até
eu fiquei excitada.
- Para você
ver como foram os resultados dessa pesquisa.
- E você? Como
se saiu?
- Bem, eu fiz
tudo com foi mandado. Deixei a porta destrancada e uma pequena penumbra com a
vela vermelha acesa. Fiquei no quarto travestida com aquela meia calça, a
máscara e a capa. Assim que ele chegou e abriu a porta...
- Fala logo, o
que aconteceu?
- Ele gritou
furioso: “Que merda, você deixou a porta aberta de novo?” Eu estava muito
concentrada no meu papel, então apareci na porta, numa daquelas poses de mulher
da Play Boy. Eu estava super sexy e muito excitada.
- E dai?
- Bem, ele
passou por mim e disse secamente: “E aí Batmam, a comida já está pronta? Estou
com muita fome”.
Francisco de Assis D. Maél
Médico & Escritor
E mail: franciscomael@yahoo.com.br
Outras obras do autor:
Compra-se vida –
Ficção religiosa
Fragmentos de uma
vida – Autobiografia
Áxis a síndrome
sagrada – Ficção Científica
Missionários da saúde
em ação – Orientação à saúde
MANA-YAM e a árvore
de amigos - Infantil
Historinhas que
ninguém lê - Contos
O dia da minha morte
– Romance
Num piscar de olhos –
Romance
Dívidas de gratidão –
Romance
Senhor X – Romance
Nenhum comentário:
Postar um comentário