Fique
a vontade para ler a sinopse e o 1º capítulo desta obras de
Francisco Maél, se quiser
fazer contato com o autor sobre os livros.
E-mail:
Franciscomael@yahoo.com.br.
Fragmentos
de uma vida é a minha biografia. Na primeira parte eu transcrevi
partes de textos deixados por minha saudosa mãe. Também criei uma
história para complementar as poucas informações que temos sobre o
passado de meu avô paterno, Sebastião Pinto Maél.
Deixo
claro que esta história intitulada “Um homem e seu passado”, é
fruto de minha imaginação, a fim de complementar o pouco que
sabemos sobre ele.
Na
segunda parte o texto, em primeira pessoa, retrata de um modo fiel e
unilateral, momentos de uma vida que vai da certeza do fracasso ao
extremo sacrifício para obtenção do sucesso. Este personagem real,
comum, mas diferente dos seus pares, uma verdadeira ovelha negra da
família, dá um exemplo de capacidade de mudanças radicais.
“Fragmentos
de uma vida” não é uma história com final feliz, são momentos
importantes de uma geração que como em toda família, alterna
períodos de alegria, tristeza, dificuldades e a busca incessante do
crescimento pessoal e familiar.
Na
terceira parte transcrevi Cartas de amor de um adolescente, que
é uma coletânea de cartas amareladas por mais de trinta anos. É
uma história de amor que antecede o namoro até um casamento sólido
e duradouro. Conflitos, desavenças, dúvidas e desconfianças fazem
parte da personalidade adolescente em meio à concretização de um
amor.
A
busca incessante do entendimento, o reconhecimento dos erros, a
aceitação dos defeitos e o reconhecimento das virtudes, são
ingredientes para que a metamorfose da paixão num casulo, o amor
aflore. Amar é muito mais que palavras. Amar é ação, é
complementação, não é condicional. São mais de trinta e quatro
anos de união, solidariedade, compromisso e companheirismo.
1º CAPÍTULO
NASCIMENTO
Num lugarejo chamado Purilândia, distrito de Porciúncula ao norte
do Estado do Rio de Janeiro, no dia 4 de outubro de 1961, nasceu de
parteira uma criança que estava toda recoberta por uma película
chamada âmnio, dizem os antigos que isto significa boa sorte. Ao ser
identificado o sexo, alguém perguntou qual seria o nome do varão, o
avô Acácio disse que era para olhar na folhinha qual era o santo do
dia. Assim começa a vida de Francisco de Assis Dutra Maél.
Nascer em casa, de parteira, foi a única opção, pois na época o
sistema de saúde não era bem estruturado, dificultando alguns
procedimentos que hoje se tornaram direito do cidadão. Por exemplo,
fui registrado no local de nascimento no dia quatro de outubro, mas
devido o trabalhador só ter direito a auxílio-natalidade após um
ano de carteira assinada, fui novamente registrado, agora na cidade
do Rio de Janeiro, após dois meses. Sendo assim, minha data de
nascimento passou a ser diferente da data de aniversário. Quando
adolescente, fiquei sabendo dos dois registros e em tom de
brincadeira falei que poderia ter documentos distintos. Minha mãe
não gostou do comentário e imediatamente pegou a primeira certidão
e a destruiu.
Logo após o resguardo, voltamos para casa no Rio de Janeiro. Meu pai
tinha vindo há mais ou menos um ano antes, tentar a vida no Rio.
Ficou alguns dias na casa da tia Cacilda, irmã da minha mãe, onde
teve apoio para procurar emprego e alugar uma casa para trazer a
família.
Meu pai começou como operário na fábrica multinacional Bausch &
Lomb. Que eu me lembre ele sempre trabalhou a noite, fazendo com que
houvesse um acréscimo no salário e ainda sobrava tempo durante o
dia para fazer outros serviços como de pedreiro, eletricista,
bombeiro hidráulico etc., um verdadeiro “faz tudo”.
O primeiro local em que moramos foi Honório Gurgel, à margem do rio
Acari num terreno grande, com vários quartos em volta e um banheiro
comum para todas as famílias, era o que se chamava na época de
“cabeça de porco”. Para agravar ainda mais, o proprietário, o
velho Balico, era espírita tendo no local um centro espírita que
todos conheciam como centro de macumba. Tinha noite que havia
cantoria e batida de tambores até tarde da noite.
Naquele local, vivendo com extrema pobreza e sem condições
higiênicas, convivíamos com outras famílias de numerosos filhos.
Moramos naquele local por vários meses, até meu pai comprar um
lote, também na beira do rio, na Rua Santa Cecília número sete,
aonde construiu alguns cômodos para que pudéssemos sair do aluguel.
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